sexta-feira, 25 de março de 2011

As análises

Não sei se é assim com todos os pais mas associar sangue à imagem de um filho assusta. No caso, o ambiente controlado de um gabinete de recolha de sangue para análises e a boa causa associada ao facto de, finalmente, ver sangue a sério da minha filha ajudavam a diminuir o nervo miudinho mas há sempre, no mínimo, um desconforto grande na "hora h". É tudo o que eu posso dizer. Ou, melhor... Não é tudo. A filha entrou primeiro no gabinete, ao colo da enfermeira, o pai entrou depois delas e da assistente. Coube-lhe a função de deitar a cabeça da catraia sobre a perna e imobilizá-la o melhor possível. Ah! E dar-lhe mimo (que um pai acredita sempre que faz TODA a diferença, mesmo não fazendo). A agulha entrou, o sangue saiu, o pai trincou o lábio e a menina observou calmamente todo o processo. É uma guerreira, a minha filha! Claro que doeu, claro que chorou um pouco no fim, mas mais por ter estado imobilizada (coisa que não gosta) do que por lhe terem roubado uns centilitros daquele líquido vermelho escuro, que era dela e agora já não é. Depois de vestida, pôs-se em pé na marquesa, virou-se para mim e abraçou-me. Um conforto mútuo. Ela queria que a dor fosse embora. E o pai queria que ela não notasse naquela pequeníssima lágrima que estava prestes a cair, fruto de um misto de apreensão e orgulho. Correu tudo bem. Os resultados são conhecidos no início de Abril.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Dia do Pai (no infantário)

Na pequena sala do infantário (anormalmente povoada de miúdos e graúdos), sempre que se afastava de mim, aquele "palmo-e-meio" de gente olhava em volta, por entre os outros "palmo-e-meio's" e as pernas dos pais, atarantados sem saber bem o que fazer e onde estar para não atrapalhar a brincadeira geral. Os olhos pequenitos percorriam a sala e lá me encontravam sentado no chão, exactamente no mesmo sítio de onde ela tinha saído momentos antes. Aconteceu uma "mão cheia" de vezes. Em todas, acabou por correr de braços abertos, para um abraço reconfortante. Para o pai, babado de tanto amor. Para ela, pouco habituada a ter-me tanto tempo ali, no mundinho que é o seu. A minha Babalu.