quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

22 de Janeiro de 2014

Para (nossa) memória futura... neste dia o Pai pode ter (re)começado a viver.



Faz figas por mim!...

domingo, 19 de janeiro de 2014

zzzzzzmarties!

Finge (mal!) que está a dormir quando eu entro no quarto para dar-lhe um beijo de boa noite. Não me contenho e rio, ao que ela reage, "zangada", dizendo: «Oh, Pai!... Estás-m'acordar-me!...»

Então lá lhe dou um beijo, digo a lenha-lenga que temos desde há muito - coisa nossa - para nos despedirmos à noite e ela vai respondendo a sussurrar, de olhos fechados, como quem já dorme profundamente.

Afasto-me. Vou até à porta. Olho para trás para verificar se está tudo bem. E está. Tão bem que ela está de olhos BEM ABERTOS e atira, em voz bem alta:

«Pai! Amanhã tens de ir comprar mais daquelas coisinhas que acabaram! Os Smarties! Sabes, Pai? Sim acabaram! Tens e ir comprar!»

[imagem: miracles-inc.com]


«Ah! Para pedir Smarties já não tens sono?!», aproveito eu para a confrontar.

«Tenho, pois!» Vira-se, fecha os olhos e finge ressonar.

Dali a uns momentos, já dorme mesmo, sem fingimento.

Não sei o que diga, nem sei o que faça quando ela me prega coisas destas.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Dos conceitos que não batem certo

Conversas entre mãe e filha que acontecem na minha ausência...
(mas que recebo via sms)

- Mãe, o pai antes de casar contigo era um homem?
- O pai é sempre um menino, um homem, um senhor, Balu.
- Não é um senhor! É o pai!

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

(n')O coração - II

Estava a vesti-la e, de repente, ela (divertidíssima) puxou-me com força a pequena gola da t-shirt para baixo. Perguntei-lhe, meio a ralhar com ela, por que raio me estava a fazer aquilo, que ia estragar-me a t-shirt. Respondeu-me: «Quero dar-te um beijo no coração!» Avançou e deu-me um beijo rápido no pedacinho do meu peito que "conquistou" com aquela "investida", em que minha roupa saiu claramente a perder. Riu-se muito e fez-me "olhinhos". Não há nada nesta catraia que não venha com um bocadinho de amor agarrado. Mesmo que seja travessura de amor safado.


[imagem: favim.com]


Benedituga

Dois episódio seguidos (15 minutos de intervalo) provam que a minha filha já é do mais "tuga" que se pode imaginar. Aos 4 anos e 5 meses de vida descobriu o portuguesíssimo conceito do "desenrasque".


* * *

1. No caminho entre o infantário e casa há um campo de futebol que tem vindo a ser construído, aos poucos, nos últimos meses. Da janela ao lado da cadeirinha dela, no carro, foi acompanhando a construção do campo (a terraplanagem, a drenagem, a colocação das redes que limitam o terreno, a colocação da relva sintética, a pintura das linhas, a instalação das balizas), naqueles 5-10 segundos de passagem pelo local, todos os dias. Hoje vi pela primeira vez lá miúdos a treinar... só que ainda às escuras, sinal de que ainda não há instalação eléctrica. Quis mostrar-lhe os miúdos e disse-lhe - entusiasmado! - para ela olhar pela janela, como nos outros dias. Ela olhou. «Pai, não vejo ninguém! Os meninos 'tão a jogar sem luz?!». Respondi que sim. «Não faz mal, Pai. Eles 'desenrasquem-se'!»

2. [Ao chegar a casa...]
Abro a porta, carregado com mochila dela, um livro, o correio, um saco, a carteira dos documentos, as chaves de casa e do carro. Ela entra primeiro e segue directa para a sala, para mexer no computador, que estava ligado e no screensaver. «Então, Balu, não ligas a luz para eu poder ver onde ponho os pés?!» Resposta imediata, já ao longe, lá do meio da sala: «Desenrasca-te, Pai!»



[imagem: http://www.almanostra.com]