terça-feira, 4 de março de 2014

A "Balu"... dela

Aos 4 anos, 6 meses e 27 dias, a minha Balu decidiu criar a "Balu"... dela.

Deixou-me sozinho na sala,  foi para o quarto com os materiais dos cortes e das colagens, e não disse nada durante uns quinze minutos. Depois chamou-me. "Ó Paaaaaaaaaaíííí!" (Aquele acentuar muito agudo do "ííí" tira-me do sério...)

Estava toda orgulhosa! No chão estava uma boneca que ela tinha desenhado, cortado e colado sozinha. "Sou eu, Pai! Esta é a minha Balu! A minha Baluzinha!"

A cara desenhada num papel, o resto do corpo feito de espuma plástica.

Fiquei fascinado, claro. E ela ainda mais orgulhosa pela minha satisfação.

Como no início da noite tínhamos estado a cortar corações para todos cá em casa, achei que à boneca - para que esta fosse fiel à criadora - precisava de um coração. Como a Balu real tem vida, basta ouví-la falar ou rir, ou simplesmente olhar para ela, para perceber o tamanho do coração que bate naquele (ainda) pequeno corpo. Como a "Balu" dela não tem vida, precisava de um coração que fizesse justiça à vida da Balu que acabava de lhe dar forma. A ideia foi minha. A colagem foi dela.


Colámos então a boneca na parede, de frente para a cama, para a Balu olhar para a "Balu" ao adormecer e ao acordar, e para a "Balu" olhar pela Balu entre o adormecer e o acordar.

E foi assim que acabou mais um dia, mais uma noite. Mais 24 horas, ao fim das quais me sinto - como não pensava ser possível - ainda mais maravilhado... com a minha Balu.


  

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