domingo, 18 de outubro de 2015

Os perigos do malabarismo


Estava a atirar a esponja do banho de uma mão para a outra.






- Olha, Pai, eu a fazer labalarismo!
- La-ba-quê, Balu?
- La-ba-la-ris-mo!
- Não quererás dizer ma-la-ba-ris-mo?...
- Isso! Eu é que não sei dizer bem porque era de outro país antes de estar na barriga da Mãe.
- O quê?! Explica-me lá isso, se fazes favor...
- Eu estava num outro país antes de estar na barriga da Mãe. Um país onde se fala Espanhol.
- Um país onde se fala Espanhol...? Espanha?
- Não! Espanha, não! Outro!
- Uma outra incarnação... na América Latina?
- Hã?...
- Deixa... Mas diz-me lá. Então como é que tu te chamavas lá nesse país?
- Ainda me chamava Benedita.
- Ah! te chamavas Benedita! E que idade é que tinhas?
- Ainda não tinha nenhuma idade, ó Pai! Foi antes de eu nascer!
- Mas tu dizes que existias!... Quem é que tu eras? Como é que eras? Alta, baixa, criança, crescida? Tinhas cabelo aos caracóis como tens agora?
- Não! Estava só camuflada nesse país em que se fala Espanhol!
- Camuflada?! Atrás ou debaixo de alguma coisa?
- Não. Estava camuflada numa pedra.
- Camuflada numa... Tu eras uma pedra?!
- Sim!
- Uma pedra chamada Benedita num país em que se fala Espanhol e que não é Espanha?!
- Sim! Depois fui para a barriga da Mãe.



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