terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Benedituga

Dois episódio seguidos (15 minutos de intervalo) provam que a minha filha já é do mais "tuga" que se pode imaginar. Aos 4 anos e 5 meses de vida descobriu o portuguesíssimo conceito do "desenrasque".


* * *

1. No caminho entre o infantário e casa há um campo de futebol que tem vindo a ser construído, aos poucos, nos últimos meses. Da janela ao lado da cadeirinha dela, no carro, foi acompanhando a construção do campo (a terraplanagem, a drenagem, a colocação das redes que limitam o terreno, a colocação da relva sintética, a pintura das linhas, a instalação das balizas), naqueles 5-10 segundos de passagem pelo local, todos os dias. Hoje vi pela primeira vez lá miúdos a treinar... só que ainda às escuras, sinal de que ainda não há instalação eléctrica. Quis mostrar-lhe os miúdos e disse-lhe - entusiasmado! - para ela olhar pela janela, como nos outros dias. Ela olhou. «Pai, não vejo ninguém! Os meninos 'tão a jogar sem luz?!». Respondi que sim. «Não faz mal, Pai. Eles 'desenrasquem-se'!»

2. [Ao chegar a casa...]
Abro a porta, carregado com mochila dela, um livro, o correio, um saco, a carteira dos documentos, as chaves de casa e do carro. Ela entra primeiro e segue directa para a sala, para mexer no computador, que estava ligado e no screensaver. «Então, Balu, não ligas a luz para eu poder ver onde ponho os pés?!» Resposta imediata, já ao longe, lá do meio da sala: «Desenrasca-te, Pai!»



[imagem: http://www.almanostra.com]


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